segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Dança do Ventre: Corpo, Mente e Alma em Movimento


Por Felipe Salles Xavier*

Antes do verbo era o ventre, a força criadora do universo e da vida. O que seriamos nós sem o ventre? Sendo que é através dele que ganhamos à vida. Ele é o centro da existência e da criatividade humana por excelência.

  
Origem
Atualmente acredita-se que a dança foi à primeira forma artística de expressão e simbolização do ser humano, a principio ela possuía a finalidade de imitar os animais, a natureza e os elementos mágicos, ou seja, imitar tudo aquilo que rodeava nossos antepassados, foi ela a primeira maneira concreta de simbolizar com o corpo e também de um compreender e unificar-se ao sagrado, ao mundo e ao fluxo da vida. (SCÁRDUA, 2007.)

A dança assume um papel importantíssimo no desenvolvimento humano, serviu para tentar explicar a nossa própria existência, o fato de nossos antepassados dançarem contribuiu em nosso desenvolvimento biológico, corpóreo e psicológico, experimentando sensações, emoções e sentimentos que eram liberados por esse fazer artístico.

Por isso a dança é uma ferramenta que nos possibilita uma unificação ao sagrado, já que nas culturas pré-históricas tudo aquilo que nos cercava era tido como sagrado, pois a crença de sermos fruto do mesma mãe, do mesmo útero, era fortemente socializada, essa mãe é chamada de terra, Gaia, a deusa-mãe natureza.


A Dança do Ventre
A dança do ventre foi à primeira forma de expressão do feminino, ela surge em várias culturas, há indícios de que possa ter surgido no antigo Egito por volta de 7.000 a.C, onde eram realizadas por sacerdotisas para rituais de fertilidade e adoração, e também existem pesquisadores que acreditam que ela tenha surgido com um povo mais antigo, os sumérios, provenientemente de um ritual sagrado.  (PENNA, 1993)

As atribuições artísticas só foram incorporadas com a invasão dos árabes ao território egípcio, quando os padrões da dança foram miscigenados, adicionando um caráter comemorativo, onde se celebra as formas de vida, a magia, o nascimento.

O verdadeiro nome dessa dança é Raks Sharki (dança do oriente), nos Estados Unidos é conhecida como Belly Dance (dança da barriga/ventre), e no Brasil é chamada de Dança do Ventre, esta é uma dança produzida por mulheres e para as mulheres, foi desenvolvida num tempo onde as deusas estavam vivas e presentes em forma de mito, num tempo onde a mulher e a serpente eram sagradas. 


A Serpente
A serpente é um símbolo mítico ligado ao feminino, à fertilidade, a regeneração e a saúde. Ela também incorpora o ciclo da vida, enquanto Ouroboros, a serpente que morde a própria cauda, representa a evolução própria, a continuidade, a auto-fecundação, a proximidade entre o mundo superior e inferior, e ainda a idéia de eterno retorno. Portanto, a vida. (JUNG, 1964)


Mitos e Arquétipos
Os mitos são a conscientização de arquétipos do inconsciente coletivo, neles encontramos representações internas, transcendentes e coletivas, que servem para organizar o funcionamento psíquico e o comportamento, de acordo com o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, os mitos ilustram arquétipos, e estes não podem ser descritos, entretanto podem ser “representados”. (JUNG, 1964)

Segundo Hall (1989), os arquétipos são padrões universais, determinantes inatos da vida mental, é uma parte não individual da psique, e algo coletivo, resumindo, são tendências herdadas no inconsciente coletivo, que faz com que os indivíduos se comportem de forma semelhante aos ancestrais que passaram por situações parecidas.


Impressões Psicológicas
A dança do ventre está intimamente ligada ao arquétipo da Grande Deusa-Mãe, que esta relacionado à criação, o nascimento, a fertilidade, aquilo que é puro e sagrado.

Em cada ser humano existe, no mais profundo do seu mundo interior, a recordação da Mãe. Mãe como natureza, mãe como mulher que gerou e criou, mãe como símbolo de toda a poderosa força criadora individual e universal. São impressões psicológicas muito antigas, relacionadas com a experiência do nascimento e da morte. A imagem arquetípica de uma formidável energia que pariu tudo o que existe fica latente no plano inconsciente até que se ative pelas experiências da vida, ou seja despertada por meios invocatórios, como na dança ritualística. Qualquer mulher, quando vai ser mãe, sofre certa estimulação inconsciente desse arquétipo. Na pratica, tudo funciona para que ela se adapte da melhor maneira possível à tarefa de parir, usando o acervo humano de incontáveis experiências. O arquétipo da Grande Mãe é uma espécie de banco de dados de incontáveis experiências de concepção, gestação, parto e cuidados maternais registrados no inconsciente. Tudo é parte do amplo conjunto de memórias do processo evolutivo humano. (PENNA, 1993, p. 87 - 88)

As mulheres que praticam essa dança entram numa espécie de viagem interior, onde ganham contato com vários símbolos, emoções e sensações ainda não experimentadas, surgem assim às imagens arquetípicas. Na dança do ventre alguns desses arquétipos são:  o Materno, a Odalisca, a Prostituta Sagrada e Afrodite, esses dois últimos estão associados à sensualidade, aos desejos e ao prazer.


O Materno
O arquétipo Materno surge de diversas formas, mas sempre de uma simbologia própria, para diversos psicólogos junguianos, o arquétipo da Grande Deusa-Mãe é o próprio arquétipo Materno. A imagem da Grande Deusa-Mãe surge através da história das religiões, e se estende em várias imagens arquetípicas. Nos olhares da psicologia nos relacionamos com o arquétipo Materno através da própria mãe e a avo, da madrasta e a sogra, e outras mulheres com as quais nos sentimos bem, também com a igreja, a universidade, a cidade, a floresta, a lua, útero e outros. São todos esses e muito mais os símbolos que tratam deste arquétipo. Algumas das características que esses arquétipos trazem são: a bondade, o feminino, a sabedoria, a espiritualidade, o cuidado, o instinto, a fertilidade, o oculto, o obscuro, o renascimento, o sedutor, o venenoso, o pavor e o mortal.


A Odalisca
A Odalisca é uma dançarina que se utiliza dos homens para satisfazer sua sexualidade, ela traz a sensualidade como forma de vida. É uma mulher comum que serve sexualmente no harém do rei, uma de suas técnicas de sedução é a dança do ventre. Esse arquétipo fala da relação com o próprio desejo, as mulheres em contato com ele vivem a idéia de serem vistas como deusas da beleza, da sensualidade e do prazer, o que é uma condição psicológica existencial, aonde vêm o sexo como uma forma de domínio pelo prazer, isso é uma necessidade de acabar com a própria impotência, inferioridade que tem inconscientemente.


A Prostituta Sagrada
A Prostituta Sagrada é uma mulher humana que encarna as diversas deusas do amor, paixão e da fertilidade, algumas dessas são: Inana (Sumária), Istar (Babilônia), Isis e Bastet (Egito), Astarte (Fenícia), Afrodite (Grécia) e Vênus (Roma).  Ela representa a sexualidade de forma divina, é a sexualidade feminina sendo reverenciada, são responsáveis pela felicidade sexual e pelo desejo. Através dessa imagem a mulher se encontra com o próprio corpo, usando ele como arma sedutora para conseguir o que quer dos homens. Ao rejeitá-la pode-se trazer insatisfação na vida, e ao ser possuída por ela, a mulher pode achar que a única coisa que tem a oferecer é o próprio corpo.


Afrodite
A deusa Afrodite na mitologia é filha apenas do pai. Seu nascimento se da quando Zeus, corta os testículos de Cronos e seu esperma acaba caindo nas águas. Dessa união nasce Afrodite, a filha do masculino e da emoção. A deusa não conhece o feminino, logo, acha que sua beleza é tudo que tem a oferecer, esse arquétipo trás as informações do “falso” feminino, entretanto, não vivenciá-la traz conseqüências amargas, como a falta de auto-estima, auto-conhecimento, falta de sexualidade e beleza corporal. 
As mulheres tomam contato com essas informações do inconsciente através de visões e sonhos que aparecem depois de algum tempo do trabalho corporal que é feito, o ideal é que as praticantes dessa arte busquem uma psicoterapia junguiana para trabalharem os símbolos e entrarem em contato com o seu verdadeiro eu.


O Corpo
Outro fator importante na dança do ventre é o trabalho bioenergético que se realizam, os movimentos trabalham os músculos superficiais e profundos, soltando-os dos ossos, deslizado e realinhando toda a musculatura, vértebras e a própria postura, isso faz com que haja uma mudança em todos os estados afetivos e psicológicos, dessa forma acaba fazendo com que as couraças se dissolvam, liberando as emoções que no decorrer de nossas vidas ficam presas ao corpo.

Boyesen (1986) diz que as couraças são tensões que são geradas ao longo da vida, servem para proteger o indivíduo de experiências dolorosas e ameaçadoras.

Para os psicoterapeutas corporais, o corpo conta a história de vida de cada indivíduo, e o trabalho corporal é necessário para que ocorra a liberação de emoções “engarrafadas” no corpo e para um melhor fluxo de energia orgônica, o que nos proporciona uma melhor qualidade de vida.

Segundo Reich (2004), médico e psicanalista o Orgone é uma energia universal, sem massa e nem inércia, que esta em tudo o que é vivo, e ele pode ser acumulado no corpo através da respiração profunda. 

Na dança do ventre é fundamental o trabalho com muitos músculos e com respiração profunda, o que é base no trabalho corporal, os seus movimentos atuam diretamente nos desbloqueios das couraças e no acumulo de orgone.

Nessa abordagem levamos em conta que o corpo é um local privilegiado da subjetividade de cada um, e deve ser respeitado como tal.

A dança do ventre religa as suas praticantes ao feminino, ao sentimental, ao puro, ao sagrado, ao prazer, ao corpo e aos arquétipos, nos remetendo a tudo aquilo que é essencial a vida e que a sociedade atual não tem tempo para desfrutar, ou seja, ela possibilita uma (re)construção sobre um ser humano primordial.

Nessa jornada do auto-conhecimento entramos num processo de auto-cura onde há aumento da auto-estima, sensualidade, sexualidade, do gosto pela vida e melhor fluxo de nossas próprias idéias, afetos e emoções.

Então com olhares de duas abordagens psicológicas distintas, podemos ver que trabalham excelentemente bem juntas, um trabalho corporal e analítico, nos faz entrar em contato com a nossa verdade, com nossos símbolos, com o sagrado e com um corpo-Eu, é a aproximação perfeita de corpo, mente e alma. 



REFERÊNCIA: 

BOYESEN, G. Entre Psiquê e Soma, São Paulo-SP: Summus: 1986.

HALL, J. A. A Experiência Junguiana: Análise e Individuação. São Paulo-SP: Cultrix, 1989.

JUNG, C. G. (Org). O homem e seus símbolos. Rio de Janeiro-RJ: Nova Fronteira, 1964.

PENNA, L. Dance e Recrie o Mundo: A força Criativa do Ventre. São Paulo-SP: Summus, 1993. 

REICH, W. Análise do caráter, São Paulo: Martins Fontes, 2004.

SCÁRDUA, A. V. C. Dança e o Movimento da Vida.  Khan El Khalili. Disponível em: <http://www.khanelkhalili.com.br/artigos/dancadoventreartigos009.htm>. Acesso em: 13 março 2007.

*Felipe Salles Xavier, Integrante do projeto Papeando Com a Psicologia. Oficineiro do Projeto Escola Aberta ministrando cursos de Psicologia Junguiana e Corporal, Danças e Artes. Acadêmico do Hospital Santa Casa de Misericórdia atuando em orientação, acolhimento, plantão psicológico e psicoterapia junguiana e positiva. Desenvolve pesquisas em “Mito e o Corpo” e “Psicologia da Arte Marcial: Tae Kwon Do e Imaginário Arquetipico”. É estudante de Psicologia do Instituto de Ensino Superior e Formação Avançada de Vitória (FAVI).



Paz Profunda em Nossos Corações!
  بارك الله فيك
Yasmine Amar
Danças Árabes e Andaluzas

Oração de Maria Madalena


(extraída do livro "O Romance de Maria Madalena , uma mulher incomparável", de Jean-Yves Leloup)

“Meu Deus, tu és o Deus da primavera,O que faz florescer, o que faz crescer.
Será que é mesmo necessário que sejamos “pequeninos”
Para que tu sejas todo-poderoso?
“Pobres pecadores”, para que tu sejas misericórdia?
Não é suficiente que estejamos nus, para que tu brilhes,
Que estejamos vazios, para que tu sejas tudo?
Tu não és um Deus que desconfia das mulheres,
Que canoniza os santos e queima as feiticeiras.
Tu és belo e amas a beleza
Eu orei a ti, com freqüência, Meu Deus
Para que me livrasses dos deuses que acusam
Que desprezam e fanatizam...
E tu me enviaste a primavera: a amendoeira
Floresceu.
Respirei o grande dia e a grande noite,
Reconheci teu sopro no jardim,
Tua brisa à beira do lago.
Tu me ensinaste que rezar mais
É respirar melhor.
Ainda não sei se és o Deus dos amantes,
Se fores aquele que ama em todos os que amam.
Amo-te sem te ver, sem te tocar
E, no entanto, sei que me deste
Olhos para ver e braços para abraçar.
Um dia talvez, em cores oceânicas,
Um homem virá
Para te dar um semblante
E abençoar a terra na oferenda de meu corpo;
Então, eu te amarei, meu Deus
Como as mulheres amam,
Como as crianças,
Como a tempestade
E nos tornaremos Um.”


Paz Profunda em Nossos Corações!
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Yasmine Amar
Danças Árabes e Andaluzas

A Lua Vermelha da Menstruação


texto escrito por Mirella Faur

Na Antigüidade, o ciclo menstrual da mulher seguia as fases lunares com tanta precisão que a gestação era contada por luas. Com o passar dos tempos, a mulher foi se distanciando dessa sintonia e perdendo, assim, o contato com seu próprio ritmo e seu corpo, fato que teve como conseqüência vários desequilíbrios hormonais, emocionais e psíquicos. Para restabelecer essa sincronicidade natural, tão necessária e salutar, a mulher deve se reconectar à Lua, observando a relação entre as fases lunares e seu ciclo menstrual. Compreendendo o ciclo da Lua e a relação com seu ritmo biológico, a mulher contemporânea poderá cooperar com seu corpo, fluindo com os ciclos naturais, curando seus desequilíbrios e fortalecendo sua psique.
Para compreender melhor a energia de seu ciclo menstrual, cada mulher deve criar um Diário da Lua Vermelha, anotando no calendário o início de sua menstruação, a fase da lua, suas mudanças de humor, disposição, nível energético, comportamento social e sexual, preferências, sonhos e outras observações que queira.
Para tirar conclusões sobre o padrão de sua Lua Vermelha, faça essas anotações durante pelo menos três meses, preferencialmente por seis. Após esse tempo, compare as anotações mensais e resuma-as, criando, assim, um guia pessoal de seu ciclo menstrual baseado no padrão lunar. Observe a repetição de emoções, sintonias, percepções e sonhos, fato que vai lhe permitir estar mais consciente de suas reações, podendo evitar, prever ou controlar situações desagradáveis ou desgastantes.
Do ponto de vista mágico, há dois tipos de ciclos menstruais determinados em função da fase lunar em que ocorre a menstruação. Quando a ovulação coincide com a lua cheia e a menstruação com a Lua Negra (acontece nos três dias que antecedem a lua nova, entendido como o quinto dia da lua minguante), a mulher pertence ao Ciclo da Lua Branca. Como o auge da fertilidade ocorre durante a lua cheia, esse tipo de mulher tem melhores condições energéticas para expressar suas energias criativas e nutridoras por meio da procriação.
Quando a ovulação coincide com a lua negra e a menstruação com a lua cheia, a mulher pertence ao Ciclo da Lua Vermelha. Como o auge da fertilidade ocorre durante a fase escura da lua, há um desvio das energias criativas, que são direcionadas ao desenvolvimento interior, em vez do mundo material. Diferente do tipo Lua Branca, que é considerada a boa mãe, a mulher do Ciclo Lua Vermelha é bruxa, maga ou feiticeira, que sabe usar sua energia sexual para fins mágicos e não somente procriativos.
Ambos os ciclos são expressões da energia feminina, nenhum deles sendo melhor ou mais correto que o outro. Ao longo de sua vida, a mulher vai oscilar entre os ciclos Branco e Vermelho, em função de seus objetivos, de suas emoções e ambições ou das circunstâncias ambientais e existenciais.
Além de registrar seus ritmos no Diário da Lua Vermelha, a mulher moderna pode reaprender a vivenciar a sacralidade de seu ciclo menstrual. Para isso, é necessário criar e defender um espaço e um tempo dedicado a si mesma. Sem poder seguir o exemplo das suas ancestrais, que se refugiavam nas Tendas Lunares para um tempo de contemplação e oração, a mulher moderna deve respeitar sua vulnerabilidade e sensibilidade aumentadas durante sua lua. Ela pode diminuir seu ritmo, evitando sobrecargas ao se afastar de pessoas e ambientes carregados, não se expondo ou se desgastando emocionalmente, e procurando encontrar meios naturais para diminuir o desconforto, o cansaço, a tensão ou a agitação.
Com determinação e boa vontade, mesmo no corre-corre cotidiano dos afazeres e obrigações, é possível encontrar seu tempo e espaço sagrados para cuidar de sua mente, de seu corpo e de seu espírito. Meditações, banhos de luz lunar, água lunarizada, contato com seu ventre, sintonia com a deusa regente de sua lua natal ou com as deusas lunares, viagens xamânicas com batidas de tambor, visualizações dos animais de poder, uso de florais ou elixires de gemas contribuem para o restabelecimento do padrão lunar rompido e perdido ao longo dos milênios de supremacia masculina e racional.
O mundo atual - em que a maior parte das mulheres trabalha - ainda tem uma orientação masculina. Para se afastar dessa influência, a mulher moderna deve perscrutar seu interior e encontrar sua verdadeira natureza, refletindo-a em sua interação com o mundo externo.


Paz Profunda em Nossos Corações!
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Yasmine Amar
Danças Árabes e Andaluzas

A Lenda das 13 Matriarcas


Texto de Mirella Faur
extraído do Anuário da Grande Mãe

Ao longo dos tempos, entre os Kiowa, Cherokee, Iroquois, Sêneca e em várias outras tribos nativas norte-americanas, as anciãs contavam e ensinava, nos "Conselhos de Mulheres" e nas "Tendas Lunares", as tradições herdadas de suas antepassadas. Dentre várias dessas lendas e histórias, sobressai a lenda das "Treze Mães das Tribos Originais", representando os princípios da energia feminina manifestados nos aspectos da Mãe Terra e da Vovó Lua.
Neste momento de profundas transformações humanas e planetárias, é importante que todas as mulheres conheçam este antigo legado para poderem se curar antes de tentarem curar e nutrir os outros. Dessa forma, as feridas da alma feminina não mais se manifestarão em atitudes hostis, separatistas, manipuladoras ou competitivas. Alcançando uma postura de equilíbrio, as mulheres poderão expressar as verdades milenares que representam, em vez de imitarem os modelos masculinos de agressão, competição, conquista ou domínio, mostrando, assim, ao mundo um exemplo de força equilibrada, se empenhando na construção de uma futura sociedade de parceria.
Como regentes das treze lunações, as Treze Matriarcas protegem a Mãe Terra e todos os seres vivos, seus atributos individuais sendo as dádivas trazidas por elas à Terra. O símbolo da Mãe Terra é a Tartaruga e seu casco, formado de treze segmentos, simboliza o calendário lunar.
Conta a lenda que, no início da no nosso planeta, havia abundância de alimentos e igualdade entre os sexos e as raças. Mas, aos poucos, a ganância pelo ouro levou à competição e à agressão, a violência resultante desviou a Terra de sua órbita, levando-a a cataclismos e mudanças climáticas. Em conseqüência, para que houvesse a purificação necessária do planeta, esse primeiro mundo foi destruído pelo fogo.
bordado Matizes Bordados Dumont
Assim, com o intuito de ajudar em um novo início e restabelecer o equilíbrio perdido, a Mãe Cósmica, manisfestada na Mãe Terra e na Vovó Lua, deu à humanidade um legado de amor, perdão e compaixão, resguardado no coração das mulheres. Para isso, treze partes do Todo representando as treze lunações de um ciclo solar e atributos de força, beleza, poder e mistério do Sagrado Feminino. Cada uma por si só e todas em conjunto, começaram a agir para devolver às mulheres a força do amor e o bálsamo do perdão e da compaixão que iriam redimir a humanidade. Essa promessa de perfeição e ascensão iria se manifestar em um novo mundo de paz e iluminação, quando os filhos da Terra teriam aprendido todas as lições e alcançado a sabedoria.
Cada Matriarca detinha no seu coração o conhecimento e a visão e no seu ventre a capacidade de gerar os sonhos. Na Terra, elas formaram um conselho chamado "A Casa da Tartaruga" e, quando voltaram para o interior da Terra, deixaram em seu lugar treze crânios de cristal, contendo toda a sabedoria por elas alcançada. Por meio dos laços de sangue dos ciclos lunares, as Matriarcas criaram uma Irmandade que une todas as mulheres e visa a cura da Terra, começando com a cura das pessoas. Cada uma das Matriarcas detém uma parte da verdade representada, simbolicamente, em uma das treze ancestrais, as mulheres atuais podem recuperar sua força interior, desenvolver seus dons, realizar seus sonhos, compartilhar sua sabedoria e trabalhar em conjunto para curar e beneficiar a humanidade e a Mãe Terra.
Somente curando a si mesmas é que as mulheres poderão curar os outros e educar melhor as futuras gerações, corrigindo, assim, os padrões familiares corrompidos. Apenas honrando seus corpos, suas mentes e suas necessidades emocionais, as mulheres terão condições de realizar seus sonhos.
Falando suas verdades e agindo com amor, as mulheres atuais poderão contribuir para recriar a paz e o respeito entre todos os seres, restabelecendo, assim, a harmonia e a igualdade originais, bem como o equilíbrio na Terra.

Meditação para entrar em contato com a Matriarca de qualquer lunação
bordado Matizes Bordados Dumont
Transporte-se mentalmente para uma planície longínqua. Ande devagar por entre os arbustos e diferente tipos de cactos, nascendo do chão pedregoso. O ar está calmo, o silêncio quebrado apenas pelo canto de alguns pássaros. Veja o Sol se pondo, colorindo o céu nos mais variados tons de dourado e púrpura.
No meio dos arbustos você enxerga uma construção rudimentar de adobe, meio enterrada no chão, lembrando o casco de uma tartaruga. Ao redor, há um círculo de treze índias, algumas idosas, outras jovens, vestidas com roupas e xales coloridos e enfeitadas com colares e pulseiras de prata, turquesa e coral. A mais idosa bate um tambor, as outras cantarolam uma canção que lhe parece familiar. Uma delas lhe faz sinal para que você se aproxime e você a segue respeitosamente.
Sabendo que chegou à Casa do Conselho, onde receberá apoio e orientação, você entra na estranha construção de teto, por uma abertura, descendo por uma escada rústica de madeira. Ao descer a escada, você se percebe dentro de uma "Kiva", a câmara sagrada de iniciação dos povos nativos. As paredes estão decoradas com treze escudos, cada um ornado de maneira diferente, com penas, símbolos, conchas e fitas coloridas. O chão de terra batida está coberto de ervas cheirosas e algumas esteiras de palha trançada. No fundo da "Kiva", você vê duas pequenas fogueiras, cuja fumaça sai por duas aberturas no teto. Esses "fogos cerimoniais" representam os dois mundos - o material e o espiritual - e as aberturas representam os canais ou "antenas " que permitem a percepção dos planos sutis. A fumaça representa o caminho pelo qual os pedidos de auxílio e as preces são encaminhados para o Grande Espírito.
No centro, perto de um caldeirão, está sentada a Matriarca que você veio procurar. Ajoelhe-se e exponha-lhe seu problema. Ouça, então, sua orientação sábia ecoando em sua mente. Peça, em seguida, que ela toque seu peito, acendendo assim o terceiro fogo, a chama amorosa de seu próprio coração. Sinta o calor de sua benção curando antigas feridas e dissolvendo todas as dores, enquanto a chama lhe devolve a coragem, a força, a fé e a esperança. Agradeça à Matriarca pela dádiva que lhe devolveu seu dom inato e comprometa-se a restabelecer os vínculos com a Irmandade das mulheres, lembrando e revivendo a sabedoria ancestral.
Despeça-se e volte pelo mesmo caminho, tendo adquirido uma nova consciência e a certeza de que jamais estará só, pois a Matriarca da Lunação de seu nascimento a apoiará e guiará sempre.


Paz Profunda em Nossos Corações!
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Yasmine Amar
Danças Árabes e Andaluzas

domingo, 10 de outubro de 2010

Opinião de um homem sobre o corpo feminino - por Paulo Coelho


por Paulo Coelho
Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção. 

Não temos a menor idéia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas. 

As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheinhas, femininas...
Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fração de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas, seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem. Suas modas são retas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los. 


Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura. A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras. 

A maquiagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados, melhor. 


As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas... Porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam conosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto. Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão. 


É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulêmica e nervosa logo procura uma amante cheinha, simpática, tranqüila e cheia de saúde. Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não a vocês. porque, nunca terão uma referência objetiva, do quanto são lindas, dita por uma mulher.
Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda. 


As jovens são lindas... mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o atlântico a nado.
O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo. 


Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (sem sabotagem e sem sofrer); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza. 

Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa... viveram!
O corpo da mulher é a prova de que Deus existe.
É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos. 

Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se! 


A beleza é tudo isto. 
  
  
Paulo Coelho

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Danças Árabes e Andaluzas

domingo, 3 de outubro de 2010

Simplicidade



Muitas pessoas reclamam da correria de suas vidas.
Acham que têm compromissos demais e culpam a complexidade do mundo moderno.
Entretanto, inúmeras delas multiplicam suas tarefas sem real necessidade.
Viver com simplicidade é uma opção que se faz.
Muitas das coisas consideradas imprescindíveis à vida, na realidade, são supérfluas.
A rigor, enquanto buscam coisas, as criaturas se esquecem da vida em si.
Angustiadas por múltiplos compromissos, não refletem sobre sua realidade íntima.
Olvidam do que gostam, não pensam no que lhes traz paz, enquanto sufocam em buscas vãs.
De que adianta ganhar o mundo e perder-se a si próprio?
Se a criatura não tomar cuidado, ter e parecer podem tomar o lugar do ser.
Ninguém necessita trocar de carro constantemente, ter incontáveis sapatos, sair todo final de semana.
É possível reduzir a própria agitação, conter o consumismo e redescobrir a simplicidade.
O simples é aquele que não simula ser o que não é, que não dá demasiada importância a sua imagem, ao que os outros dizem ou pensam dele.
A pessoa simples não calcula os resultados de cada gesto, não tem artimanhas e nem segundas intenções.
Ela experiencia a alegria de ser, apenas.
Não se trata de levar uma vida inconsciente, mas de reencontrar a própria infância.
Mas uma infância como virtude, não como estágio da vida
Uma infância que não se angustia com as dúvidas de quem ainda tem tudo por fazer e conhecer.
A simplicidade não ignora, apenas aprendeu a valorizar o essencial.
Os pequenos prazeres da vida, uma conversa interessante, olhar as estrelas, andar de mãos dadas, tomar sorvete...
Tudo isso compõe a simplicidade do existir.
Não é necessário ter muito dinheiro ou ser importante para ser feliz.
Mas é difícil ter felicidade sem tempo para fazer o que se gosta.
Não há nada de errado com o dinheiro ou o sucesso.
É bom e importante trabalhar, estudar e aperfeiçoar-se.
Progredir sempre é uma necessidade humana.
Mas isso não implica viver angustiado, enquanto se tenta dar cabo de infinitas atividades.
Se o preço do sucesso for ausência de paz, talvez ele não valha a pena.
As coisas sempre ficam para trás, mais cedo ou mais tarde.
Mas há tesouros imateriais que jamais se esgotam.
As amizades genuínas, um amor cultivado, a serenidade e a paz de espírito são alguns deles.
Preste atenção em como você gasta seu tempo.
Analise as coisas que valoriza e veja se muitas delas não são apenas um peso desnecessário em sua existência.
Experimente desapegar-se dos excessos.
Ao optar pela simplicidade, talvez redescubra a alegria de viver.
Pense nisso!.
Fraternalmente!

autora: Sóror Maria Olinda

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Danças Árabes e Andaluzas

Karkadeh - chá do amor, das amizades, dos comerciantes, da Dança Oriental!



O chá de hibiscus, conhecido no Egito como karkadeh, entrou em minha vida através do contato com famílias egípcias, tornando-se de um delicioso hábito a um saudável hábito.
Mais que um exótico sabor que refresca quando servido gelado no verão ou que auqece quando servido quentinho nos dias mais frescos, esse chá traz inúmeros benefícios que vêm sendo pesquisados pela Medicina.
Na medicina popular o Hibiscus sabdariffa é usado como anti-espasmódico, anti-inflamatório, redutor da hipertensão, antioxidante natural, afrodisíaco, diurético, laxante suave e auxiliar nas dietas de emagrecimento. Também há indicações de seu uso popular para combater problemas respiratórios, bronquites, gripes e resfriados, gastrite e afecções da pele.
As flores do Hibiscus sabdariffa são ricas em mucilagem, uma mistura complexa de polissacarídeos que se transforma numa fibra gelatinosa quando a água é adicionada.
O chá obtido a partir do cálice da flor contém polissacarídeos em boas quantidades, além de conter também concentrações elevadas de flavonóides - reconhecidos como protetores contra os radicais livres. Rico em cálcio, magnésio e ferro e nas vitaminas A e C, o hibiscus contém também fitoquímicos, altos teores de antocianinas, ácido tartárico, málico, cítrico e hibístico, fitosteróis, além de quantidade significativa de fibras alimentares.
O chá de hibiscus ganhou uma fama adicional recente: a de emagrecedor. Isso porque, a exemplo do chá verde, ajuda a estimular o metabolismo, tem ação digestiva e diurética, ajuda a reduzir o colesterol ruim. No caso do hibiscus há também a propriedade de auxiliar a reduzir as taxas de lipídios e glicose totais no sangue, colaborando na prevenção do desenvolvimento do diabetes tipo 2.

É importante não confundir o hibiscus utilizado para preparo do karkadeh com a planta ornamental encontrada no Brasil nos nossos jardins que recebe esse mesmo nome. O hibiscus ao qual nos referimos possui formato estrelado e pode facilmente ser encontrado em farmácias homeopáticas ou ainda em alguns supermercados.

A origem dessa planta é Aswan, sul do Egito e é lá o País que mais a consome, sem dúvidas.

Existem várias maneiras de preparar esse chá.  Pode-se ainda acrescentar folhas verdes de hortelã, servir gelado ou quente, não importa.  O que importa saber é que trata-se de um elemento cultural egípcio que pode além de propiciar um sabor exótico e único, pode propiciar bem estar.

Preparar um chá, reunir amigos para saboreá-lo e trocar experiências é sem dúvida uma alquimia possível e com karkadêh mais ainda pois trata-se de um elemento da cultura oriental bastante acessível a todos nós.


Procure preparar o chá através da infusão das folhas. Se for preparar com açúcar, é interessante adicionar o açúcar à água quando estiver levantando fervura, e mexer. Ao iniciar a fervura, retirar a água do fogo e despejar num recipiente com as flores de karkadêh, cobrir e deixar até que a infusão assuma a cor típica que é aproximadamente rubi escuro.

No Egito, não se fecha um negócio sem saborear um karkadeh.

Aqui em Cuiabá, pode-se adquirir as flores para o chá:

1) Farmácia Nossa Senhora de Fátima (custa 4,50 o pacotinho)
2) Comper  (também custa 4,50)




Paz Profunda em Nossos Corações!
  بارك الله فيك
Yasmine Amar
Danças Árabes e Andaluzas

sábado, 2 de outubro de 2010

O que é a mulher selvagem?

"Os lobos saudáveis e as mulheres saudáveis têm certas características psíquicas em comum: percepção aguçada,espírito brincalhão e uma elevada capacidade para a devoção.Os lobos e as mulheres são gregários por natureza,curiosos, dotados de grande resistência e força.São profundamente intuitivos e têm grande preocupação para com seus filhotes,seu parceiro e sua matilha.Têm experiência em se adaptar a circunstâncias em constante mutação.Têm uma determinação feroz e uma extrema coragem."


Quando as mulheres reafirmam seu relacionamento com a natureza selvagem, elas recebem o dom de dispor de uma observadora interna permanente,uma sábia, uma visionária,um oráculo,uma inspiradora, uma instintiva,uma criadora,uma inventora e uma ouvinte que guia,sugere e estimula uma vida vibrante nos mundos exterior e interior.Quando as mulheres estão com a Mulher Selvagem ,a realidade desse relacionamento transparece nelas.Não importa o que aconteça,essa instrutora,mãe e mentora  dá sustentação às suas vidas interior e exterior.

A mulher selvagem carrega consigo os elementos para a cura;
traz tudo o que a mulher precisa ser e saber.
Ela carrega histórias e sonhos,palavras e canções,signos e símbolos.
Ela é tanto o veículo quanto o destino.

 
E então,o que é a Mulher Selvagem?
Do ponto de vista da psicologia arquetípica,bem como da tradição das contadoras de histórias,ela é a alma feminina.

No entanto, ela é mais do que isso.
Ela é a origem do feminino.
Ela é tudo o que for instintivo,tanto do mundo visível quanto do oculto-ela é a base.
Cada um de nós recebe uma célula refulgente que contém todos os instintos e conhecimentos necessários para nossa vida."


(O texto acima foi extraído do livro de Clarissa Pínkola ,Mulheres que Correm com os Lobos.)
 


Paz Profunda em Nossos Corações!
  بارك الله فيك
Yasmine Amar
Danças Árabes e Andaluzas

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

FELICIDADE REALISTA - Por Mário Quintana


A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.

Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.

Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num SPA cinco estrelas.

E quanto ao amor? Ah, o amor.. não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão.

Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista.

Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.

Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.

Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno.

Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade.

Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça de que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade...

Mário Quintana
Com Carinho...
Crys Rios
Casada e mto Feliz

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sem amor, não há movimento...


"Chega um momento na nossa vida que fica tudo tão claro. O meu foi preciso. No exato momento em que parei de surtar (com um monte de tralhas incrivelmente sufocantes que me cobravam muita responsabilidade) eu nasci de novo.
Inclusive a dança nasceu de novo. "Dança do ventre" me diz pouco, não me provoca. Porque realmente o universo "bellydance" do qual fiz parte deixou de existir em mim. Assim eu danço, de verdade - com todo coração. Não posso dizer que isso é Dança do Ventre. Não consigo submeter essa dança à qualquer regra: aquelas que eu mesma criava para mim. Não consigo impor limites. Realmente não dá mais.
Confesso com gratidão que precisei ter tudo e perder tudo. Daí esse "tudo" fez sentido, afinal.
Sem amor não há movimento.
Desejo que vocês jamais provem isso na própria carne. Se houver outra maneira de valorizar o papel do amor na dança, compartilhem com o mundo.
Estarei com vocês.


(texto escrito pela Bailarina Samya-Ju,  em seu blog: http://7vidasdebailarina.blogspot.com/)

 
As pessoas dançam por inúmeros motivos: expressão de sentimentos, autoconhecimento, autoafirmação, simplesmente porque acham lindo, para fazerem amigos, para relaxarem, ter um hobby, pelos beme star que a dança proporciona, enfim, ficaria o dia todo inumerando motivos que levam as pessoas a dançar. Mas uma pergunta que sempre me vêm a mente é: o que leva uma pessoa a parar de dançar?  Ou mais ainda, o que leva uma pessoa a "desencantar-se" com a dança e sua prática?

De repente, aquela companheira de tantos anos- a dança- tanto suor e encantamento desaparecem simplesmente no ar... ou será que ficam lá em alguma janelinha da alma esperando um momento - que talveznunca mais aconteça - para trazer a tona ?

Já vivi muitas coisas dentro do estudo da Dança. Vontade de parar houve sim, mas tão inferior ao que ela representa em minha vida que não consegui me deixar levar totalmente por ela. Sempre que isso acontecia eu procurava refletir onde estava afalha... onde e como em algum lugar eu havia perdido aquela paixão, aquele encantamento. E tentava reencontrar aquela magia que eu vi quando comecei a dançar...buscava nas janelinhas de minha alma, cheiros, lembranças, sons que me remetessem àquilo tudo.  Lutei por longo período de idas e voltas,masnão me entreguei.  Eu sabia que ia descobrir onde estava o furo - se é que havia furo e onde estava eu mesma nesse processo. 

Aos poucos, tudo ficou muito simples e claro e percebi que há um sentido muito maior na Dança, o sentido que une as pessoas em circulos, seja dançando seja se apresentando... esse sentido preencheu minha alma de tanto significado que superava minhas expectativas... e mesmo dentro deste processo noto que, quando não há uma intencionalidade,uma consciência dentro do processo, o "vaso se esvazia" e a dança torna-se uma planta seca, um cadáver. A Arte não pode ser reduzida a um apanhado de regras. Ela tem que ir além, transcender a técnica. Ela tem que expressar o que sentimos acima de tudo. Mas ela tem que ter um significado profundo em si mesma. Esse significado tinha ficado em algum lugar. Mas por onde eu poderia começar a procurar? Pedindo pra São Longuinho?  Pode ser...  preferi começar pelo caminho mais lógico. É impressionante como as respostasestão bem na nossa frente e insistimos em procurá-las do outro lado. 

Voltei a estudar as bailarinas que fizeram a História da Dança Oriental. Voltei a ouvir as músicas que também tornaram-se arquétipos dentro da Dança Oriental.  Compreender de onde vem a dança , conectar-se com a energia gawazee através damúsicas e dos movimentos que trabalham o corpo de maneira mais profunda... dissolver couraças através de movimentos vigorosos e intensos. Sentir o simbolo em cada momento, em cada movimento, me permitiu sentir a força da Dança novamente. Mas o mais importante é , sem dúvidas, as pessoas que a dança traz pra vida da gente.

Fiquei muito feliz ao saber que minha amiga Samya conseguiu tambem preencher de significado e ir alem de padrões e modernismos para compreender a profundidade e significados da Dança e espero que todas as pessoas que leiam estas simples palavras sintam-se com o coração inundado por esse amor que move a Dança em todo mundo! Compartilho com vocês estas palavras e  rogo que consigam manter acesa a chama da magia em seus corações!

E se um dia a dança deixar de ser importante em suas vidas, desejo do fundo do coração que vocês não encarem isso com banalidade ou naturalidade. Mas procurem compreender os porquês disso tudo. E avaliem antes de simplesmente desistir de encontrar...

E agradeço a todos que não desistiram e estiveram ao meu lado nas idas e vindas! serei eternamente grata! e agradecerei da melhor maneira:dançando!


Paz Profunda em Nossos Corações!
 بارك الله فيك
Yasmine Amar
Danças Árabes e Andaluzas

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Mulheres que Respeito - Luiz Fernando Veríssimos


Às mulheres que respeito:

O desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está a fêmea da espécie humana.

Tenho apenas um exemplar em casa, que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém. Portanto, por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha 'Salvem as Mulheres!'

Tomem aqui os meus poucos conhecimentos em fisiologia da feminilidade a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam:

HABITAT

Mulher não pode ser mantida em cativeiro. Se for engaiolada, fugirá ou
morrerá por dentro. Não há corrente que as prenda e as que se submetem à jaula perdem o seu DNA. Você jamais terá a posse de uma mulher, o que vai prendê-la a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente.

ALIMENTAÇÃO CORRETA

Ninguém vive de vento. Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro. Beijos matinais e um _'eu te amo' _no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias. Não a deixe desidratar. Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial.

FLORES

Também fazem parte de seu cardápio - mulher que não recebe flores murcha
rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade.

RESPEITE A NATUREZA

Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia, discutir a relação? Se quiser viver com uma mulher, prepare-se para isso.

NÃO TOLHA A SUA VAIDADE

É da mulher hidratar as mechas, pintar as unhas, passar batom, gastar o dia inteiro no salão de beleza, colecionar brincos, comprar muitos sapatos, ficar horas escolhendo roupas no shopping. Entenda tudo isso e apóie.

CÉREBRO FEMININO NÃO É UM MITO

Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino. Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente o aposentaram!).
Então, agüente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de decoração.

Se você se cansou de colecionar bibelôs, tente se relacionar com uma mulher. Algumas vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você. Não fuja dessas, aprenda com elas e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com os homens, a inteligência não funciona como repelente para as mulheres.

NÃO FAÇA SOMBRA SOBRE ELA - SE VOCÊ QUISER SER UM GRANDE HOMEM TENHA UMA MULHER AO SEU LADO, NUNCA ATRÁS. ASSIM, QUANDO ELA BRILHAR, VOCÊ VAI PEGAR UM BRONZEADO. PORÉM, SE ELA ESTIVER ATRÁS, VOCÊ VAI LEVAR UM PÉ-NA-BUNDA.

Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar. O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo. É, meu amigo, se você acha que mulher é caro demais, vire gay.
Só tem mulher quem pode!
 
Luiz Fernando Veríssimo
 
Com Carinho e Amor
Fiquem com Deus
Sejam a PAZ
Crys Rios

domingo, 29 de agosto de 2010

O Vestidinho Rosa



Havia uma menina sentada sozinha num parque.
Todos passavam por ela e nunca paravam para ver porque ela parecia tão triste.
De vestidinho rosa, descalça e suja, a menina ficava lá sentada vendo as pessoas passarem.
Ela nem tentava falar.
Ela nunca dizia uma só palavra.
Muitas pessoas passavam por ela, mas ninguém parava.

No dia seguinte que a vi eu decidi voltar àquele parque curioso para ver se a menina ainda estaria lá.
Ela estava lá, sim, no mesmo lugar onde estava ontem e continuava com o mesmo olhar triste nos olhos.

Hoje eu iria me mexer e chegar até ela.
Um parque cheio de gente estranha, todos nós sabemos, não é um lugar apropriado para uma menininha ficar sozinha.
Assim que me aproximei pude ver as costas de seu vestidinho.
Era todo deformado.
Achei que era por isso que as pessoas passavam por ela e não faziam nenhum esforço para falar com ela. As deformidades podem ser motivo para um golpe baixo e, Deus me livre se você parar para ajudar alguém que parece diferente.

Aproximando-me mais um pouco, a menininha baixou os olhos suavemente, evitando o meu olhar.
Assim que cheguei bem perto, eu pude ver melhor o formato da suas costas.
Ela tinha uma corcunda muito feia.
Eu sorri para que ela visse que estava tudo bem, que eu queria ajudar e conversar.
Sentei ao seu lado e comecei a conversa com um simples “Oi”.
A menina pareceu chocada e balbuciou um “oi”, depois de me olhar diretamente nos olhos.
Eu sorri e ela sorriu timidamente em resposta.
Nós conversamos até o cair da noite e até o parque ficar vazio.
Eu perguntei a ela porque estava tão triste.
Ela me olhou com um rosto tristonho e disse: “Porque eu sou diferente”.
Imediatamente eu disse: “Claro que é!” e sorri.
A menina reagiu ainda mais triste e disse, “eu sei”.
“Menina”, eu disse, “você me faz lembrar um anjo, doce e inocente”.
Ela me olhou e sorriu então ela ficou de pé devagar e disse, “você acha?”.
“Claro, você é como um anjinho guardião enviado aqui para ficar protegendo as pessoas que passam”.
Ela balançou a cabecinha como concordando e sorriu.
Depois disso, ela abriu seu vestidinho rosa e deixou à mostra lindas asas se abrindo, e disse então “Eu sou”.
“Eu sou seu anjo guardião”, com brilho nos olhos.
Fiquei sem palavras, é claro que eu estava vendo coisas!
Ela disse, “pela primeira vez na sua vida você pensou em alguém que não fosse você.
Meu trabalho aqui está completo”.
Levantei-me e disse, “espera um pouco, por que ninguém parou para ajudar a um anjo?”.
Ela me olhou sorrindo e disse, “você é o único que consegue me ver”, e daí ela foi embora.
Minha vida mudou completamente desde então.


Portanto, quando você pensar que você é o único ser do mundo, lembre-se,
seu anjo está sempre te guardando.


Sejamos a PAZ que desejamos ao Mundo!

Yasmine Amar