quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O centésimo macaco


A pequena história a seguir, nos mostra, de forma simples, como se formam os arquétipos e como a natureza humana pode se modificar para mudar o meio. Prova que o Meio é Produto do Homem e não ao contrário.

Então se você quer mudar o meio mude a sua forma de pensar e agir. Ou, como disse Bhuda, sejamos a mudança que queremos ver.

No princípio, mudança de atitude ou comportamento é difícil, mas conforme vai crescendo o número de pessoas que mudam, torna-se progressivamente mais fácil para outras pessoas fazerem o mesmo, e não só mudarem por influência direta.

"Quando um número crítico de pessoas transforma sua maneira de pensar e agir, a cultura também se transforma e uma nova era se inicia."

.O Milionésimo Circulo.


O centésimo macaco: um mito contemporâneo

O Centésimo Macaco é o nome de um novo mito. Trata-se de história que apareceu, é repetida e serviu de tema literário apenas nos últimos vinte anos. Tem origem muito recente e, no entanto, como o mito grego a respeito da Guerra de Tróia não está claro onde terminam os fatos e começam as metáforas. A história se baseia em observações científicas sobre colônias de macacos no Japão. A versão mais amplamente difundida escreveu-a por Ken Keyes Jr., que apresento a seguir em forma condensada e parafraseada.

Ao longo da costa do Japão, os cientistas estudam colônias de macacos habitantes de ilhas isoladas, há mais de trinta anos. Para poder manter o registro dos macacos, eles colocavam batatas doces na praia, para que os animais as comessem.

Os macacos saíam das árvores para pegar as batatas e, assim, expunham-se a ser observados com total visibilidade. Um dia, uma macaca de 18 meses chamada ‘Imo’ começou a lavar a sua batata no mar, antes de comê-la. Podemos imaginar que seu sabor tornava-se assim mais agradável, pois o tubérculo estava livre da areia e do cascalho e, talvez, ligeiramente salgada.

Imo mostrou aos outros macacos de sua idade e à sua mãe como fazer aquilo; os animais jovens mostraram às próprias mães e, aos poucos, mais e mais macacos passaram a lavar as batatas em vez de comê-las com areia e tudo.

No princípio, só os adultos que tinham imitado seus filhos aprenderam o jeito novo; gradualmente, outros também adotaram o novo procedimento. Um dia, os observadores perceberam que todos os macacos de determinada ilha lavavam suas batatas doces.

Embora isso fosse significativo, o que foi ainda mais fascinante de registrar foi que, quando essa mudança aconteceu, o comportamento dos animais nas outras ilhas também mudou: todos eles agora lavavam suas batatas, e isso apesar do fato de que as colônias de macacos das outras ilhas não tinham tido contato direto com a primeira.

Ali estava uma validação para a teoria do campo morfogenético: era possível explicar dessa maneira o que acontecera. O “centésimo macaco” foi o hipotético e anônimo macaco que virou o jogo para a cultura como um todo: aquele cuja mudança de comportamento assinalou ter sido alcançado o número crítico de macacos que modificaram sua conduta, e após o qual todos os animais de todas as ilhas passaram a lavar as suas batatas.

O Centésimo Macaco é uma alegoria da Nova Era que oferece esperança às pessoas que trabalham para operar mudanças em si mesmas e salvar o planeta, às vezes duvidando de se seus esforços individuais, afinal de contas causarão alguma diferença. Como mito, o Centésimo Macaco é declaração que reafirma o compromisso de trabalhar por alguma coisa.

Além de falar àqueles que se percebem intimamente motivados a fazer diferença no mundo externo, o Centésimo Macaco é também metáfora para o que se desenrola dentro da psique individual. “No mundo interno, fazer é tornar-se: se repetimos vezes suficientes um comportamento motivado por uma atitude ou princípio, ao final de um tempo terminaremos tornando-nos o que fazemos.”

Fragmento de “Os Deuses e o Homem: uma nova psicologia da vida e dos
amores masculinos” de Jean Shinoda Bolen, editora Paulus, 2002, pág. 430-434


É a partir daí que Jean Shinoda Bolen, M. D.,apresenta o tema em seu livro O Milionésimo Círculo, que descreve o potencial das mulheres (e homens interessados) em mudar nosso rumo ao criar um novo padrão para uma era pós-patriarcal.
A chave de transformação seriam os Círculos de Mulheres, encontros que fazem emergir a sabedoria coletiva de que precisamos agora, para que haja uma integração entre o yin que evoca a conexão com o sagrado feminino e o yang (masculino).

O Círculo pode ser de dança, de cura, de irmandades, de costuras, de discussões temáticas, enfim, existem infinitas possibilidades da criação desse espaço de troca, confiança e conexão. Jean Shinoda afirma que “cada círculo é uma recuperação da forma arquetípica que emerge de cada Círculo de Mulheres que já existiu e cada Círculo, por sua vez, agrega energia ao campo arquetípico que tornará mais fácil a criação do próximo”.

Essa teoria explica o porquê da Dança do Ventre estar despontando como expressão artística em todos os países do mundo, com inúmeros círculos de mulheres, conscientes ou não do significado arquetípico desta dança, mas evocando Arte e beleza através da mesma."O círculo é um princípio e também uma forma... Sentada em um círculo, cada mulher tem uma posição espacial que é igual a cada outra. Ela assume sua vez e o círculo gira, ela fala e é ouvida (...).



A idéia de um círculo de iguais é mantida como uma intenção comum. Cada mulher se compromete a desenvolvê-la e a mantê-la, para si própria e para o círculo. Cada mulher no círculo tem importância para si mesma e para o círculo. Cada mulher contribui com a sua presença, e quando ela fala, pelo que ela discerne e compartilha."





 

Muita Luz e Paz no coração!
Nefer el Amar

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